Licenciado em letras na cidade de Coimbra, ensinou durante mais de 30 amos no liceu de Portalegre. Foi o principal animador da revista "Presença" e fundador da mesma. Romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico foi, no entanto, como poeta que primeiramente se impôs e a mais larga audiência depois atingiu. "Poemas de Deus e do Diabo" foi seu livro de estreia.
Foi poeta, ficcionista, dramaturgo, ensaísta, crítico.
Representante da segunda fase do modernismo português, tinha o objetivo de traçar caminhos ousados e originais para a poesia lusa, como já acontecia nos países europeus.
Na poesia de José Régio, podemos detectar as seguintes tendências da poesia modernista:
A arte é vista como uma criação subjetiva e livre para manifestar os sentimentos do autor desvinculando-se do conceito de belo.
A razão se torna objeto de descrédito e a realidade é distorcida, originando abstrações.
Há repúdio às convenções e repressões sociais, usando-se a arte como contestação.
Nos poemas de fundo religioso dos primeiros livros do autor costuma haver uma identificação entre o eu lírico e a figura de Cristo, ambos irmanados pela dor, pelo sofrimento e pelo sentimento de inadaptação ao mundo.
A crítica lhe foi indiferente e até hostil, mas Régio não desistiu.
Na cidade de Alto Alentejo ele escreveu a maior parte de suas obras, e, nos momentos de lazer vagueava pelos campos a arrecadar antiguidades, tendo verdadeira paixão pelos crucifixos.
Aposentado, retorna a sua cidade natal em 1962, vindo a falecer em 22 de dezembro de 1969.
Poesia – Poemas de Deus e do Diabo (1925); Biografia (1929); As Encruzilhadas de Deus (1936); Fado (1941); Mas Deus É Grande (1945); A Chaga do Lado (1954); Filho do Homem (1961); Cântico Suspenso(1968)
Teatro – Três Máscaras (1934); Jacob e o Anjo (1937); Benilde ou a Virgem-Mãe (1947); El-Rei D. Sebastião (1949); A Salvação do Mundo (1954); Mário ou Eu Próprio - O Outro (1957)
Romance – Jogo da Cabra Cega (1934); Davam Grandes Passeios aos Domingos (1941); O Príncipe com Orelhas de Burro (1942); A Velha Casa (5 vols. 1945/1966); Histórias de Mulheres (1946)
Contos/Novelas – Há Mais Mundos (colectânea/1962)
Ensaio – Em Torno da Expressão Artística (1940); Pequena História da Moderna Poesia Portuguesa (1941); Três Ensaios sobre Arte (1980, edição póstuma).
Cristo
(José Régio)Quando eu nasci, Senhor! já tu lá estavas,
Crucificado, lívido, esquecido.
Não respondeste, pois, ao meu gemido,
Que há muito tempo já que não falavas.Redemoinhavam, longe, as turbas bravas,
Alevantando ao ar fumo e alarido.
E a tua benta Cruz de Deus vencido,
Quis eu erguê-la em minhas mãos escravas!A turba veio então, seguiu-me os rastros;
E riu-se, e eu nem sequer fui açoitado,
E dos braços da Cruz fizeram mastros...Senhor! eis-me vencido e tolerado:
Resta-me abrir os braços a teu lado,
E apodrecer contigo à luz dos astros!
Gostaria só de comentar o facto de não ser: "José Régio tinha como pseudônimo literário José Maria dos Reis Pereira " e sim "José Maria dos Reis Pereira tinha como pseudônimo literário José Régio".
ResponderExcluirCumprimentos.